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domingo, 18 de abril de 2010

14 anos do Massacre da curva do "S" em El dorado dos Carajás


o massacre de Eldorado dos Carajás completa 10 anos de impunidade. Mesmo condenados, os principais comandantes da operação, que resultou no assassinato de 19 trabalhadores rurais sem terra, aguardam o recurso em liberdade.
O massacre de Eldorado dos Carajás é o caso mais conhecido de violência contra trabalhadores rurais, mas não o único caso, pois a truculência do latifúndio e da polícia fez, e ainda faz, outras vítimas entre os trabalhadores e defensores dos direitos humanos no Pará. Dados da Comissão Pastoral da Terra indicam que entre 1995-2004, 169 trabalhadores rurais foram assassinados no Pará. Nesse período, houve ainda 128 tentativas de assassinato e foram registradas 459 ameaças de morte.
Esse padrão de violência contra trabalhadores rurais que ganhou visibilidade com o massacre de Eldorado dos Carajás está diretamente associado à concentração da propriedade da terra, inclusive feita através da apropriação ilegal de terras públicas, conhecida como “grilagem”. O Pará tem mais de 30 milhões de hectares de terras griladas, e este tem sido o pano de fundo das mais variadas formas de violação de direitos.
Além da omissão, conivência ou ainda ação direcionada do estado, as ações de autoridades do Poder Judiciário e do Executivo, via de regra, favorecem grileiros, latifundiários, madeireiros, entre outros. O Poder Judiciário é rápido em autorizar ações policiais de despejo de trabalhadores rurais, decretar prisão de seus líderes, mas ao mesmo tempo, confere inúmeros benefícios a latifundiários e grileiros. Mandantes e assassinos não são presos nem são levados a julgamento; mandados de prisão não são cumpridos e pistoleiros agem em conjunto com policiais. Mesmo nos crimes nos quais houve julgamento, as ações judiciais só foram possíveis depois de longos anos de luta, pressão e denúncias dos trabalhadores rurais e de entidades de direitos humanos nacionais e internacionais.
A impunidade acoberta ações criminosas desses grupos e nenhum esforço é feito pelos órgãos de Segurança Pública e pelo Poder Judiciário para combatê-la. A “morosidade” da Justiça é parcial e reflexo de uma sujeição à pressão do poder político e econômico, retardando ou influenciando o andamento dos processos e dos julgamentos.

Veja as imagens das vítimas do massacre clicando aqui

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